A
relação simbiótica tem como modelo, a mãe grávida e o seu feto. No entanto, de
forma semelhante, o mesmo modelo pode ser representado, nas relações amorosas
adultas, existindo, psicologicamente, a mesma espécie de união.
Neste
contexto, um dos membros do casal, representa um papel activo que é o de
dominador, e o outro, representa um papel passivo, que é o de submisso.
Ambos
os papéis, podem ser representados, por homens ou por mulheres, assim como, em
casais homossexuais e heterossexuais.
A
pessoa dominadora conduz a vida da pessoa submissa dando-lhe sugestões, instruções
ou até ordens. A pessoa submissa aceita o domínio da outra, atribuindo-lhe
poder, muitas vezes expandindo-o, como se ela fosse tudo, o oxigénio, ou Deus. Não
assume a sua individualidade, não tem independência, nem autonomia, não assume
a gestão da sua própria vida, sendo que, também não assume riscos. Através do
dominador, sente o poder e a força da Vida, que não reconhece em si mesma, ou
que sozinha julga não ter. Na realidade, de forma inconsciente, sente a sua
própria identidade fundir-se com a do outro, vivendo como se fosse uma parte daquele
que a dirige.
Por
seu lado, a pessoa dominadora, ao exercer domínio na vida do submisso, de algum
modo assume-a como sendo a sua própria vida, pelo que, também de forma
inconsciente, aceita integrar em si mesmo, uma parte da pessoa submissa. Assim
além de não estar só, sente-se expandido, dado que incorpora em si mesmo, uma
parte do outro, que o adora e o venera.
A
pessoa dominadora ordena, exige, e humilha. A pessoa submissa acata ordens e é
humilhada.
Ambos
pretendem fugir ao isolamento e vivem numa relação de dependência em que a
identidade de cada um se funde com a do outro.
O
comportamento de cada um parece numa primeira análise, muito distinto, no
entanto, a nível emocional verifica-se o mesmo conteúdo, o do não exercício da
sua individualidade.
Fora
desta relação, cada um deles pode reagir de modo muito distinto ou até inverso,
consoante o contexto em que se encontram.
O
meu próximo artigo será sobre Amor maduro.
Sílvia Ramos
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