terça-feira, 12 de abril de 2016

Amor Maduro ou Relação Simbiótica?


A relação simbiótica tem como modelo, a mãe grávida e o seu feto. No entanto, de forma semelhante, o mesmo modelo pode ser representado, nas relações amorosas adultas, existindo, psicologicamente, a mesma espécie de união.

Neste contexto, um dos membros do casal, representa um papel activo que é o de dominador, e o outro, representa um papel passivo, que é o de submisso.
Ambos os papéis, podem ser representados, por homens ou por mulheres, assim como, em casais homossexuais e heterossexuais.

A pessoa dominadora conduz a vida da pessoa submissa dando-lhe sugestões, instruções ou até ordens. A pessoa submissa aceita o domínio da outra, atribuindo-lhe poder, muitas vezes expandindo-o, como se ela fosse tudo, o oxigénio, ou Deus. Não assume a sua individualidade, não tem independência, nem autonomia, não assume a gestão da sua própria vida, sendo que, também não assume riscos. Através do dominador, sente o poder e a força da Vida, que não reconhece em si mesma, ou que sozinha julga não ter. Na realidade, de forma inconsciente, sente a sua própria identidade fundir-se com a do outro, vivendo como se fosse uma parte daquele que a dirige.

Por seu lado, a pessoa dominadora, ao exercer domínio na vida do submisso, de algum modo assume-a como sendo a sua própria vida, pelo que, também de forma inconsciente, aceita integrar em si mesmo, uma parte da pessoa submissa. Assim além de não estar só, sente-se expandido, dado que incorpora em si mesmo, uma parte do outro, que o adora e o venera.

A pessoa dominadora ordena, exige, e humilha. A pessoa submissa acata ordens e é humilhada.
Ambos pretendem fugir ao isolamento e vivem numa relação de dependência em que a identidade de cada um se funde com a do outro.

O comportamento de cada um parece numa primeira análise, muito distinto, no entanto, a nível emocional verifica-se o mesmo conteúdo, o do não exercício da sua individualidade.

Fora desta relação, cada um deles pode reagir de modo muito distinto ou até inverso, consoante o contexto em que se encontram.

O meu próximo artigo será sobre Amor maduro.
Sílvia Ramos





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